Há uma guerra que avança no mundo, sem arsenal químico, nem
armas tradicionais, mas com efeitos mais letais do que as guerras
convencionais.
Ela mata, mutila e dilacera milhões de mulheres e crianças.
Apesar disso, não merece parangonas, não mobiliza os líderes internacionais,
não chega aos grandes fóruns mundiais, nem exorta discursos da Nação.
Limita-se a constar em relatórios de organizações
humanitárias, a ser discutida em cimeiras sectoriais e, de vez em quando, abre
noticiários, que mobilizam a opinião pública durante um período de tempo,
geralmente curto, caindo no esquecimento necessário para o retomar da velha
ordem. Uma ordem que arreda as mulheres do direito a serem seres humanos com direitos.