terça-feira, 25 de novembro de 2014

A linha (crónica publicada no Novo Jornal*)


A lista de crimes cometidos na Coreia do Norte é longa e impressiona. O desfile de atrocidades há muito que se projecta para além da cortina cinzenta erguida pelo regime. Mas avança impunemente. Até agora. As Nações Unidas aprovaram finalmente uma resolução que condena o país por crimes contra a Humanidade. E que visa levar o regime de Kim Jong-un a sentar-se no Tribunal Penal Internacional.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A erosão (crónica publicada no Novo Jornal*)

                                                              Milhares de pessoas são vigiadas sem o seu conhecimento

Primeiro foi o vice-primeiro-ministro turco. Bulent Arinc aconselhou as mulheres do seu país a “conservarem a rectidão moral” e a não “rirem alto em público”. A declaração causou polémica e desencadeou uma reacção espontânea. Uma chuva de vídeos e fotos de mulheres a darem sonoras gargalhadas inundou as redes sociais. Três meses depois, no país de Recep Erdogan, que entretanto passou de primeiro-ministro a Presidente, os manuais escolares de Biologia do sexto ano deixaram de ter pénis e vaginas. As imagens do anterior manual, no capítulo dedicado ao aparelho reprodutor, foram substituídas por patinhos e ursos polares. As palavras “mama” ou “virgindade” também foram suprimidas, sum sinal claro da recente islamização do país. Numa altura de crescente preocupação pelo fundamentalismo religioso, a Turquia vai na direcção certa do regresso ao obscurantismo, a caminho das trevas.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O circo! (crónica publicada no Novo Jornal)

Abbot foi preso por matar a fome aos sem-abrigo, no país que cultiva o uso de armas (foto NBC)
Há um desprezo crescente pela vida humana. E não se manifesta apenas nos crimes cometidos pelo autodenominado Estado Islâmico, que ultimamente têm feito manchetes em todo o mundo.
Nos EUA, um homem foi detido quando dava comida a pessoas sem-abrigo. Arnald Abbott, de 90 anos, servia refeições num parque de Fort Lauderdale, no estado da Florida, quando foi abordado por um polícia.
“Um agente disse-me ‘largue esse prato imediatamente’, como se eu tivesse uma arma”, relatou o benfeitor à CNN.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Não chores por mim (Crónica publicada no Novo Jornal*)

Jabbari numa das secções do seu julgamento

Rayhaneh Jabbari foi executada no sábado, sete anos depois de ter sido presa por matar um homem que a tentara violar. De nada valeram as campanhas internacionais pela sua libertação. Nem a alegação de que agira em legítima defesa.