terça-feira, 22 de abril de 2014

Happy (crónica publicada no Novo Jornal*)

Pharrell Williams é um músico norte-americano, de 41 anos, que ascendeu em 2013 ao estrelato global com o single «Happy», depois de anos e anos, nos bastidores e com a ajuda do seu amigo de infância Chad Hugo, com quem formou a banda «The Neptunes, a construir a carreira de muitos artistas.

Como compositor e produtor, Pharrell está por trás de inúmeros sucessos. Foi responsável pela ascensão de muitos cantores e pela viragem nas carreiras de tantos outros, como Britney Spears, Justin Timberlake, Miley Cyrus e Robin Thicke. A sua fama, como produtor, levou muitos músicos que pretendiam dar novo impulso às suas carreiras a procurá-lo. O resultado nunca desiludiu. Williams tornou-se uma estrela no meio musical, muito antes de se tornar famoso, em nome próprio, junto do grande público.
Com o seu ar de miúdo, Pharrell foi eleito em 2005, pela revista Esquire Magazine o homem mais bem vestido do mundo. Já este amante de Carl Sagan e de ficção científica acumulava uma carteira de sucessos, desenvolvendo um “trabalho minimalista e limpo” que cruzava “influências negras norte-americanas dos anos 1960 e 70 – em especial o som da Motown – com o electrónico e o hip-hop”, como refere o jornalista brasileiro Gustavo Brigatti.
Mas o ano da consagração de Williams foi 2013. Não só gravou o single «Happy», que conquistou o Óscar para melhor canção original nos prémios de 2014 da academia de cinema norte-americana. Como esteve por trás da ascensão global do duo francês «Daft Punk», ao escrever uma das maiores canções pop da década. «Get Lucky» teve um tom tão premonitório que, juntamente com o disco Random, valeu aos robots franceses cinco Grammy’s em 2014 e deu a Pharrell o troféu de produtor do ano, nos prémios mais importantes da indústria da música.
O homem forte da Columbia Records estava certo, quando encerrou o ano de 2013. Numa nota aos jornalistas, Rob Stringer disse que «Happy» era apenas o começo dos vários coelhos que Pharrell tiraria do seu chapéu (adereço que se tornou a sua imagem de marca). “Ele redefiniu a música pop no ano passado. Agora, estamos a preparar-nos para Pharrell ser uma superstar ao longo deste ano”, profetizou Stringer.
Esta semana, Pharrell Williams sentou-se com Oprah Winfred, revisitou a sua carreira e passou em revista as dificuldades que enfrentou para alcançar a fama.
Durante o programa, Oprah pôs no ar uma montagem de vídeos do youtube com pessoas em vários países a dançar «Happy». A viagem começa na Eslováquia, passa por Portugal, Taiwan, Itália, Filipinas, Irlanda, Reino Unido, Senegal, Alemanha, Islândia, Malawi e termina em Washington, nos EUA. Uma volta ao mundo sob a batuta contagiante de Pharrell. O músico nascido na Virgínia, o mais velho de três irmãos, emocionou-se. E, pela primeira vez, perdeu a palavra.
“Eu fico a pensar na tua avó. Aposto que ela jamais imaginaria isto”, disse Oprah, tentando ocupar o vazio aberto pelo silêncio do músico. As lágrimas impediam-no de falar. “Nem tu imaginavas isto” - acrescentou a entrevistadora, continuando a preencher espaço, ao mesmo tempo que entregou um lenço de papel a Pharrell.
“Porque é que eu estou a chorar na Oprah?”, reagiu, finalmente, Williams. “Isto é avassalador. Eu adoro o que faço e agradeço o facto de as pessoas terem acreditado em mim durante tanto tempo para que eu pudesse chegar a este ponto e sentir… sentir isto”.
O vídeo que Oprah pôs no ar é uma ínfima parte das gravações colocadas no youtube por pessoas de todo o mundo que responderam ao apelo conjunto de Pharrell e das Nações Unidas para, no dia 20 de Março de 2014, comemorarem o Dia Internacional da Felicidade.
A data foi instituída em 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e, este ano, a ONU encontrou no tema «Happy» o hino perfeito para motivar as pessoas a comprometerem-se na criação de um mundo mais feliz.
Por isso, convidou as pessoas a colocarem vídeos e fotos nas redes sociais a demonstrar felicidade ao som de «Happy», dando oportunidade ao músico norte-americano de se aperceber do verdadeiro impacto da sua música em todo o planeta.
Apesar do sucesso e dos prémios, Williams não esqueceu de onde veio e do que significado de tocar tantas pessoas em tantos, e tão díspares, lugares.
Pharrell diz no refrão de «Happy» que ser feliz é sentir-se como uma casa sem telhado, aberta para o mundo. O Papa Francisco apelou, nesta Páscoa, aos sacerdotes para que a igreja seja uma casa de portas abertas. Ambos constroem com os mesmos tijolos o edifício da felicidade.

*Publicada no dia 18 de Abril de 2014

1 comentário:

  1. Olá Isabel, não sei se te lembras de mim. Fomos colegas de Comunicação Social na ESEV. Gostava de te enviar um e-mail. Podes enviar-me o teu endereço? O meu é scastro.press@gmail.com - também estou no facebook.
    Beijinhos,
    Sónia Castro

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