Robin Williams e a filha Zelda (foto retirada do blogue zeldadungeon.net)
No dia 16 de Novembro de 1977, com 23 anos de idade, Laura
Carlotto foi detida pelos militares. Ela e o companheiro, Chiquito, estavam
entre os milhares de opositores na mira da ditadura militar argentina. A jovem,
que viu o companheiro ser torturado e assassinado à sua frente, estava grávida
de dois meses e meio quando foi levada. O filho nasceu a 26 de Junho do ano
seguinte. Recebeu o nome Guido. Pouco depois Laura morreu. O seu corpo foi
entregue à mãe, Estela Carlotto, depois de longos trâmites.
Da criança perdeu-se o rasto. Tal como aconteceu a outros 500 bebés de opositores nascidos em cativeiro, Guido foi dado para adopção. Estela iniciou então a luta da sua vida. Fundou, com outras mulheres, as Avós da Praça de Maio, organização de direitos humanos criada com a finalidade de localizar e restituir todas as crianças sequestradas ou desaparecidas durante a ditadura militar, que vigorou de 1976 a 1983. E tornou-se um símbolo da luta travada pelas avós argentinas. Recebeu o Prémio de Direitos do Homem da ONU, em 2003, e, em 2008, a associação foi nomeada para o Prémio Nobel da Paz. No dia 5 de Agosto deste ano, Estela anunciou que tinha reencontrado o seu neto. Guido era o conhecido pianista e compositor Ignacio Hurban, que resolveu fazer testes de ADN por duvidar da sua identidade. Estava cumprido o sonho desta avó: “Não queria morrer sem o abraçar”. 114 bebés desaparecidos durante a ditadura já foram identificados. Muitos continuam à espera do reencontro.
Da criança perdeu-se o rasto. Tal como aconteceu a outros 500 bebés de opositores nascidos em cativeiro, Guido foi dado para adopção. Estela iniciou então a luta da sua vida. Fundou, com outras mulheres, as Avós da Praça de Maio, organização de direitos humanos criada com a finalidade de localizar e restituir todas as crianças sequestradas ou desaparecidas durante a ditadura militar, que vigorou de 1976 a 1983. E tornou-se um símbolo da luta travada pelas avós argentinas. Recebeu o Prémio de Direitos do Homem da ONU, em 2003, e, em 2008, a associação foi nomeada para o Prémio Nobel da Paz. No dia 5 de Agosto deste ano, Estela anunciou que tinha reencontrado o seu neto. Guido era o conhecido pianista e compositor Ignacio Hurban, que resolveu fazer testes de ADN por duvidar da sua identidade. Estava cumprido o sonho desta avó: “Não queria morrer sem o abraçar”. 114 bebés desaparecidos durante a ditadura já foram identificados. Muitos continuam à espera do reencontro.
Jamaliah e Septi Rangkuti sobreviveram ao tsunami de 2004,
um dos maiores registados até hoje e que devastou grande parte da zona costeira
de 12 países. A gigantesca onda destruiu a casa do casal, em Aceh, província da
Indonésia, e levou os seus dois filhos: Raudhatul Janah, uma menina de quatro
anos, e Arif Pratama Rangkuti, um rapaz de sete anos. Marido e mulher encetaram
uma luta desenfreada para encontrar os filhos. Palmilharam centenas de
quilómetros e bateram a inúmeras portas. Após várias tentativas para reunir a
família, as autoridades indonésias disseram ao casal que os filhos deviam estar
entre as 170 mil vítimas mortais, só na Indonésia. Em Junho deste ano, 10 anos
depois, um irmão de Jamaliah encontrou numa aldeia vizinha uma menina muito
parecida com a sobrinha. Perguntou se alguém conhecia a adolescente e
disseram-lhe que era uma das sobreviventes do tsunami, que tinha sido
encontrada em Banyak, uma ilha remota 40 quilómetros a sudoeste de Aceh. Um
pescador salvou-a e a mãe do pescador cuidou da criança até hoje como um dos
seus filhos. “Deus deu-nos um milagre”, afirmou a mãe de Raudhatul, depois de
abraçar a filha. O casal procura agora o filho. A jovem contou aos pais que o
irmão também sobreviveu, mas por não ter capacidade económica a família que a
acolheu não pôde receber também o irmão. Os três caminham agora juntos para
trazer Arif de volta para a casa.
Robin Williams nasceu a 21 de Julho de 1951, em Chicago.
Filho de uma ex-modelo e de um executivo-sénior da Ford, tinha problemas de
timidez, que só superou quando começou a representar, ainda na escola. Em 1973,
foi um dos 20 alunos admitidos na conceituada Juilliard School. Outro foi
Christopher Reeve, que ficou famoso pelo seu papel como Super-Homem. Em pouco
tempo, Robin saltou para os écrans de televisão, encarnando um ser do outro
mundo vindo do planeta Ork. A sua capacidade de improviso e de representação ficou
vincada logo nesse papel, mas a sua versatilidade foi além da comédia. Robin
Williams foi actor dramático, fez stand-up comedy, teatro e deu vida a dezenas
de personagens imemoráveis, dedicando-se ainda a inúmeras causas humanitárias.
Quando Christopher Reeve caiu do cavalo, num acidente que o deixou
tetraplégico, Robin “adoptou” o seu filho mais novo, criando-o como se fosse
seu filho. Na madrugada de terça-feira, depois de ser anunciada a sua morte por
suicídio, na sequência de uma forte depressão, a filha de Robin, Zelda Williams,
publicou um excerto do livro «Principezinho», de Saint-Exupéry: “Quando olhares
o céu de noite, eu estarei a habitar uma delas, e de lá estarei a sorrir; então
será, para ti, como se todas as estrelas sorrissem! Desta forma, tu, e somente
tu, terás estrelas que sabem sorrir!”. Tal como Zelda, “vou tentar continuar a
olhar para cima”.
*Publicada no dia 15 de Agosto de 2014
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