Foto: Ampe Rogério, Novo Jornal
Há uma professora na Escola Portuguesa de Luanda que há muito merece uma distinção do governo português pelo muito que fez, e faz, pela língua.
Cremilda de Lima não é uma professora qualquer.
Esta angolana, formada na primeira escola do Magistério Primário que abriu em Angola, no Bié, simboliza aquilo que deve ser um professor. Alguém que não se conforma, que faz da adversidade oportunidade, e que encara o ensino como uma missão, que cumpre com empenho e prazer.
Nos anos 80, confrontada com a falta de livros em Angola, por causa da guerra no país, Cremilda de Lima começou a escrever pequenas histórias, consciente de que a melhor forma de ensinar os alunos era com o recurso às narrativas.
As suas histórias começaram a correr mão e daí à publicação foi um passo. No dia 31 de Dezembro de 2010, a autora lançou mais um livro, «A viagem do pai Natal», que conta a história de uma menina, Olguinha, que ganhou uma boneca como prenda.
Muitos outros livros incentivam as crianças a ler e transmitem valores universais, sem esquecer as tradições e vivências angolanas.
Com tantas comendas que se atribuem no 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades - não fica mal ao governo português olhar para sul.
Mais do que um prémio, é um acto de justiça para quem serve, tão bem, a língua portuguesa.
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