segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A canção que se transformou num hino



Há toda uma geração que se revê nesta música dos Deolinda e antes mesmo de o tema "Que parva que eu sou" ser gravado transformou-se num hino.
O Coliseu do Porto foi ao rubro, a cada verso cantado por Ana Bacalhau.
Um hino que encaixa nos jovens portugueses.
E que facilmente se aplica a jovens de outros países, quer seja em Angola, Moçambique, no Magreb ou nos EUA.
Há uma geração que anda à deriva à procura de oportunidade... e um futuro que se compromete enquanto não encontrar um rumo para lhe dar.
Que parva que eu sou*

Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

*"Foi com grande surpresa e emoção que assistimos a uma reacção tão intensa e espontânea por parte das pessoas que estavam a ouvir uma música inédita. Verso a verso, fomos sentindo o público a apropriar-se da canção e a tomá-la como sua. Foram quatro momentos especiais e porventura únicos de comunhão entre nós e o público", comunicado dos Deolinda, grupo constituído por Ana Bacalhau, Pedro da Silva Martins, Luís José Martins e Zé Pedro Leitão, onde reagem ao sucesso da música, apresentada a 3 de Fevereiro, no Coliseu do Porto

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