Este blogue contém as crónicas publicadas pela autora no semanário angolano «Novo Jornal».
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Novas viagens
A voz é de Mayra Andrade; a música de Princezito. Duas vozes inconfundíveis da música caboverdiana que nos convidam a novas viagens: sonoras e geográficas.
Estados de felicidade (crónica publicada no Novo Jornal)
O índice de bem-estar e qualidade de vida Gallup-Healthways, publicado nos Estados Unidos, encontrou no Havai a pessoa mais feliz da América. Trata-se de Alvin Wong, um americano de origem asiática, de 69 anos de idade. O homem, que professa a religião judaica, é casado, tem filhos, gere o seu próprio negócio e tem um rendimento anual à volta dos 120 mil dólares.
terça-feira, 26 de abril de 2011
E depois do adeus
Soberba esta interpretação de Paulo de Carvalho, da música «E depois do Adeus», que serviu de senha à revolução que restituiu a liberdade a Portugal e abriu caminho para a proclamação da independência das ex-colónias portuguesas.
Uma canção de amor, com a qual Portugal concorreu ao Festival Eurovisão da Canção de 1974, e que se transformou num hino da liberdade.
A voz aos poetas
Na passagem de mais um 25 de Abril, a voz aos poetas.
Os políticos já nada dizem.
Só falam.
Nesta Hora
Nesta hora limpa da verdade é preciso dizer a verdade toda
Mesmo aquela que é impopular neste dia em que se invoca o povo
Pois é preciso que o povo regresse do seu longo exílio
E lhe seja proposta uma verdade inteira e não meia verdade
Meia verdade é como habitar meio quarto
Ganhar meio salário
Como só ter direito
A metade da vida
O demagogo diz da verdade a metade
E o resto joga com habilidade
Porque pensa que o povo só pensa metade
Porque pensa que o povo não percebe nem sabe
A verdade não é uma especialidade
Para especializados clérigos letrados
Não basta gritar povo é preciso expor
Partir do olhar da mão e da razão
Partir da limpidez do elementar
Como quem parte do sol do mar do ar
Como quem parte da terra onde os homens estão
Para construir o canto do terrestre
- Sob o ausente olhar silente de atenção –
Para construir a festa do terrestre
Na nudez de alegria que nos veste
Sophia de Mello Breyner Andresen
(1919-2004)
Os políticos já nada dizem.
Só falam.
Nesta Hora
Nesta hora limpa da verdade é preciso dizer a verdade toda
Mesmo aquela que é impopular neste dia em que se invoca o povo
Pois é preciso que o povo regresse do seu longo exílio
E lhe seja proposta uma verdade inteira e não meia verdade
Meia verdade é como habitar meio quarto
Ganhar meio salário
Como só ter direito
A metade da vida
O demagogo diz da verdade a metade
E o resto joga com habilidade
Porque pensa que o povo só pensa metade
Porque pensa que o povo não percebe nem sabe
A verdade não é uma especialidade
Para especializados clérigos letrados
Não basta gritar povo é preciso expor
Partir do olhar da mão e da razão
Partir da limpidez do elementar
Como quem parte do sol do mar do ar
Como quem parte da terra onde os homens estão
Para construir o canto do terrestre
- Sob o ausente olhar silente de atenção –
Para construir a festa do terrestre
Na nudez de alegria que nos veste
Sophia de Mello Breyner Andresen
(1919-2004)
sábado, 23 de abril de 2011
Mais um símbolo de Luanda abaixo
No largo em obras do Kinaxixi caiu mais um símbolo urbano de Luanda.
O velho e imponente logotipo da Cuca, que encimamava o prédio que adoptou o nome da cerveja angolana, foi abaixo.
Como foi o mercado do Kinaxixi, um dos símbolos da arquitectura tropical, perante os protestos populares.
Também a rainha Ginga, monárquica guerreira que lutou contra o colonizador português, foi afastada de uma das praças centrais da capital angolana que vai, pouco a pouco, apagando os traços do passado.
Esta foto de 2009, o Xinaxixi, já desfigurado, capta ainda o prédio da Cuca.
No centro, uma enorme cratera recebe os alicerces de umas torres de betão e vidro, mais umas, o novo símbolo da Luanda endinheirada, mas sem memória.
Um símbolo da megalomania de alguns dirigentes nacionais, como escreveu há um ano Pepetela, e de horror ao vazio.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
O curso da história (crónica publicada no Novo Jornal)
Regresso ao passado I
O Irão está a planear uma missão espacial que terá como principal tripulante um macaco, divulgou a agência noticiosa oficial ISNA, citando o director da Agência Espacial iraniana, Hamid Fazeli.
O Irão está a planear uma missão espacial que terá como principal tripulante um macaco, divulgou a agência noticiosa oficial ISNA, citando o director da Agência Espacial iraniana, Hamid Fazeli.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Subiu para dois o número de jornalistas mortos em Misurata
Subiu para dois o número de jornalistas mortos ontem, na Líbia.
Chris Hondros, que trabalhava para a Getty Images, não resistiu aos ferimentos provocados por um obus em Misurata e morreu pouco depois de Tim Hetherington.
O fotógrafo norte-americano, que sofreu lesões cerebrais, chegou a ser transferido para uma unidade de cuidados intensivos, mas não resistiu.
O grupo de repórteres estava a tentar sair da rua Trípoli, onde se desencadeavam combates entre rebeldes e as tropas leais a Khadafi, quando um morteiro caiu à sua frente, contou à Reuters o fotojornalista Guillermo Cervera.
“Em Misurata. As forças de Khadafi bombardeiam indiscriminadamente. Não há sinais da NATO”, foi a última mensagem que Hetherington colocou no Twitter.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Mais um jornalista morto na Líbia
O repórter fotográfico Tim Hetherington foi morto hoje a tiro de morteiro em Misrata, na Líbia.
Outros três jornalistas que cobrem os confrontos entre as forças fiéis a Muammar Kadhafi e os rebeldes ficaram feridos.
Tim Hetherington, de 41 anos de idade, trabalhava para a revista norte-americana Vanity Fair.
Jornalista de origem britânica, o repórter tinha feito a cobertura de numerosos conflitos e ganhara em 2007 o prestigiado World Press Photo Award pelas suas fotografias de soldados dos Estados Unidos no Afeganistão.
Este seu trabalho servira também de base ao documentário Restrepo, que chegou a ser nomeado para os Oscares.
Um dos jornalistas gravemente feridos é o norte-americano Chris Hondros, também de 41 anos, da agência fotográfica Getty.
A identidade dos outros dois não tinha sido divulgada a esta hora.
Tim Hetherington é o segundo jornalista estrangeiro a morrer durante o conflito na Líbia, depois de um operador de câmara da Al-Jazeera, Ali Hassan Al Jaber, ter sido abatido e um outro jornalista da cadeia televisiva ferido em 12 de Março, durante uma emboscada perto de Bengazi, bastião da rebelião.
Vários jornalistas têm sido detidos e maltratados pelo regime líbio, desde o início da rebelião em 15 de Fevereiro.
Apesar das ameaças, dezenas de repórteres mantêm-se firmes no compromisso de levar a informação, não filtrada, para o exterior, mesmo sabendo o preço que podem vir a pagar.
Os repórteres fotográficos e operadores de câmara, pela natureza do seu trabalho, estão mais expostos.
A caneta esconde-se com maior facilidade e regista mais tarde aquilo que os olhos captam.
As câmaras têm de focar a realidade que querem transmitir e, por vezes, tiros disparam na direcção delas.
Como aconteceu ontem a Tim Hetherington.
Mais um crime para a lista longa do ditador líbio.
Mais um tiro no direito de informar.
domingo, 17 de abril de 2011
O embuste continua (crónica publicada no Novo Jornal)
O “resgate desnecessário” de Portugal, depois do irlandês e do grego, “deve ser um aviso a democracias em todo o lado”, porque não é “realmente sobre dívida”.
O alerta é feito pelo sociólogo norte-americano Robert Fishman que, num artigo publicado no New York Times, afirma que Portugal foi vítima da “pressão injusta e arbitrária” dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo.
O alerta é feito pelo sociólogo norte-americano Robert Fishman que, num artigo publicado no New York Times, afirma que Portugal foi vítima da “pressão injusta e arbitrária” dos mercados financeiros internacionais, que ameaça Espanha, Itália e Bélgica e outras democracias em todo o mundo.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
A verdadeira maldição (crónica publicada no Novo Jornal)
O mistério está desfeito. A alta incidência de gémeos em Cândido Godói, no Rio Grande do Sul, Brasil, tem causas naturais e não é resultado de experiências do médico Nazi Mengele, como chegou a ser sugerido. Também não tem nada a ver com uma substância presente na água, como reza uma lenda local. É, pura e simplesmente, fruto de uma herança genética, reforçada “pelo alto nível de procriação consanguínea entre a população, composta quase inteiramente por imigrantes de língua alemã”.
Subscrever:
Mensagens (Atom)