quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mais um jornalista morto na Líbia


O repórter fotográfico Tim Hetherington foi morto hoje a tiro de morteiro em Misrata, na Líbia.
Outros três jornalistas que cobrem os confrontos entre as forças fiéis a Muammar Kadhafi e os rebeldes ficaram feridos.
Tim Hetherington, de 41 anos de idade, trabalhava para a revista norte-americana Vanity Fair.
Jornalista de origem britânica, o repórter tinha feito a cobertura de numerosos conflitos e ganhara em 2007 o prestigiado World Press Photo Award pelas suas fotografias de soldados dos Estados Unidos no Afeganistão.
Este seu trabalho servira também de base ao documentário Restrepo, que chegou a ser nomeado para os Oscares.
Um dos jornalistas gravemente feridos é o norte-americano Chris Hondros, também de 41 anos, da agência fotográfica Getty.
A identidade dos outros dois não tinha sido divulgada a esta hora.
Tim Hetherington é o segundo jornalista estrangeiro a morrer durante o conflito na Líbia, depois de um operador de câmara da Al-Jazeera, Ali Hassan Al Jaber, ter sido abatido e um outro jornalista da cadeia televisiva ferido em 12 de Março, durante uma emboscada perto de Bengazi, bastião da rebelião.
Vários jornalistas têm sido detidos e maltratados pelo regime líbio, desde o início da rebelião em 15 de Fevereiro.
Apesar das ameaças, dezenas de repórteres mantêm-se firmes no compromisso de levar a informação, não filtrada, para o exterior, mesmo sabendo o preço que podem vir a pagar.
Os repórteres fotográficos e operadores de câmara, pela natureza do seu trabalho, estão mais expostos.
A caneta esconde-se com maior facilidade e regista mais tarde aquilo que os olhos captam.
As câmaras têm de focar a realidade que querem transmitir e, por vezes, tiros disparam na direcção delas.
Como aconteceu ontem a Tim Hetherington.
Mais um crime para a lista longa do ditador líbio.
Mais um tiro no direito de informar.

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