segunda-feira, 20 de junho de 2011

O que aí vem! (crónica publicada no Novo Jornal)

Após o violento sismo que sacudiu o Japão no dia 11 de Março, cientistas japoneses concluíram que podem ocorrer novos abalos de grande intensidade, em várias partes do mundo mesmo onde não existam antecedentes históricos.
Os sismólogos japoneses lembram, no estudo publicado na revista científica Nature, que até ao terramoto de 11 de Março, os registos de mega-sismos, de magnitude 9.0, estavam circunscritos às regiões do Chile, Alasca, Kamtchatka e Sumatra.
O nordeste do Japão “já sofreu vários abalos de magnitude 7.9, mas nenhum ultrapassou os 7.5 desde o ano de 1923", além de que "não há nenhum registo de um abalo superior aos 8,5 na escala de Ritcher, desde o século XVII".
Shinzaburo Ozawa, do grupo de investigadores da Autoridade de Informação Geoespacial do Japão, alerta pois para a “possibilidade dos abalos de magnitude 9.0 ou superior poderem ocorrer ao longo de outras falhas, mesmo na ausência de antecedentes históricos".
Na aproximação de 2012, ano em que de acordo com a profecia Maia o mundo acaba, após uma sucessão de catástrofes naturais (grandes terramotos, vulcões e colisão de meteoros na terra), o estudo dos japoneses é gerador de enorme perplexidade.
Tanto mais se a ele somarmos três estudos, divulgados também esta semana, nos Estados Unidos, e que revelam que o Sol deverá estar com uma actividade anormalmente baixa durante um longo período.
Segundo o director adjunto do Observatório Nacional Solar (NSO) e principal autor de um dos estudos divulgados, Frank Hill, este é um fenómeno "muito excepcional e inesperado" e que poderá “afectar, desde a exploração espacial ao clima terrestre".
Os astrónomos observaram uma diminuição das manchas solares e da actividade solar perto dos pólos, o que é encarado como sinais da descida da actividade do Sol.
Depois do 24.º ciclo solar, iniciado em 2008 com a duração de 11 anos, prevê-se um ciclo seguinte muito calmo ou até inexistente. Os cientistas do NSO e do Laboratório de Investigação da Força Aérea dos EUA dizem mesmo que se não houver enganos, o ciclo actual poderá ser o "último com uma actividade solar máxima durante várias décadas".
Tendo em conta que no passado, uma baixa actividade magnética solar prolongada coincidiu com a glaciação do planeta, com o arrefecimento da atmosfera terrestre e o aumento das auroras boreais (tempestades magnéticas) que podem perturbar os sistemas de comunicação, são de esperar tempos difíceis na Terra. A não ser que o aquecimento do termómetro político em muitas zonas do planeta, provocado pelas tensões sociais, compense o arrefecimento da atmosfera e evite a glaciação.
E como não há duas sem três, os cientistas da NASA comprovaram agora que os buracos negros eram comuns no início do Universo, graças às imagens raio-X conseguidas pelo Observatório Chandra.
De acordo com os dados combinados do Observatório de Raios-X Chandra e do Telescópio Espacial Hubble, os buracos negros jovens cresceram de uma forma muito mais agressiva do que se pensava anteriormente, tal como as galáxias que os alojam.
A descoberta, publicada quarta-feira na Nature, surge após a observação de uma zona específica do céu, durante seis semanas, período durante o qual os cientistas obtiveram o que é conhecido como Chandra Deep Field South (CDFS), graças ao estudo das imagens nos comprimentos de onda óptico, raio-X e infravermelho.
Os novos dados do Chandra permitem aos cientistas pesquisar buracos negros em 200 galáxias distantes, quando o universo tinha entre 800 milhões e 950 milhões de anos.
“Até agora não tínhamos sequer ideia do papel dos buracos negros nas primeiras galáxias, ou se existiam”, sublinhou Ezequiel Treister, da Universidade do Havai e autor do estudo, citado pela Agência Lusa. “Agora sabemos que estão ali e que estão a crescer freneticamente”, concluiu depois de as observações mostrarem que entre 30 e 100 por cento das galáxias distantes têm um buraco negro em crescimento.
Extrapolando estes resultados para outras observações mais reduzidas, os cientistas estimam que existam pelo menos 30 milhões de buracos negros supermassivos no início do Universo.
Nada de novo, ou de verdadeiramente novo!
A economia global também tem enormes buracos negros - os grandes grupos económicos e de interesse - em crescimento e com cada vez maior capacidade de sucção.
Pena que não haja buracos negros destinados, exclusivamente, a sugar políticos corruptos e déspotas, porque a Via Láctea – galáxia ao qual a Terra pertence – seria muito mais salubre e, consequentemente, o universo também.

Sem comentários:

Enviar um comentário