quarta-feira, 1 de junho de 2011

Foi-se o poeta de rua, ficou a voz



Gil Scott-Heron morreu na sexta-feira, 27 de Maio.
Voz do activismo afro-americano, fonte inspiradora de músicos do hip-hop - "Fazemos o que fazemos e da forma que fazemos por tua causa”, declarou Chuck D, dos Public Enemy – Gil Scott-Heron desnorteou-se nas encruzilhadas da vida, mergulhou na dependência das drogas e álcool e perdeu-se.
Richard Russell, produtor e director da editora XL, foi resgatá-lo à prisão, ajudou-o a reerguer-se e fê-lo gravar, há um ano, “I’m New Here”, o álbum mais marcante de 2010, e que trouxe à luz do dia, 16 anos depois do último disco de originais, a voz inconfundível de um poeta, cantor e figura icónica da música popular norte-americana e que foi uma das vozes mais expressivas do activismo afro-americano dos anos 1970.
“Mais do que esquecido, parecia perdido. I’m New Here foi por isso um acontecimento”, escreveu Vítor Belanciano, no «Público», concluindo: “A sua morte fica com um sabor de injustiça, embora nas entrelinhas desse disco se percebesse um homem a prestar contas ao passado a reconciliar-se consigo próprio e com a vida. Pronto a partir”.
A sua voz ficou, bem como o legado poético que a enche.

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