Numa sociedade segregadora, Wadjda sonha ter uma bicicleta
Haifaa Al-Mansour nasceu em 1971, numa pequena cidade da
Arábia Saudita, onde não há cinemas. Por influência do pai, o poeta saudita
Abdul Rahman Mansour, apaixonou-se pela sétima arte. Os muitos filmes em VHS
que os pais traziam para casa foram abrindo buracos nos muros que a separavam
do resto do mundo e fizeram nascer dentro dela o desejo de não se limitar a uma
vida vazia, sem nada para fazer, fruto de uma cultura que segrega as mulheres.
Foi para o Egipto, onde tirou o bacharelato em Literatura na Universidade
Americana no Cairo. E, com a ajuda do irmão, começou a fazer pequenas
curtas-metragens que mandou para um festival em Abu Dhabi. A organização do certame
mandou-lhe um bilhete para participar no evento e Haifaa não se ficou por ali.
Foi estudar para a Austrália, onde fez uma pós-graduação em Realização e
Estudos Cinematográficos em Sydney. “Foi a primeira vez que senti que tinha uma
voz e que as pessoas queriam ouvir o que eu tinha a dizer sobre o mundo, e
percebi que queria contar histórias com os meus filmes”, revelou.