Deixou a mulher no aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, com recomendações para ligar assim que se instalasse no hotel em Windhoek, capital da Namíbia, e fez-se à estrada.
No regresso engarrafado, àquela hora da manhã, 7h00, foi sendo assediado pelos inúmeros vendedores de rua que fazem das estradas da capital angolana um autêntico centro comercial a céu aberto. No sentido literal do termo.
Vende-se e compra-se tudo e de tudo: roupa, bens alimentares, utensílios domésticos e de lazer, insecticidas, veneno para matar ratos, baratas e outros rastejantes, jornais, electrodomésticos, aparelhos de rádio, estantes, tapetes, cintos, brinquedos, águas de diversas proveniências, sumos, fruta… Trimmm. “Já chegaste?”. “Sim”, respondeu a mulher a duas horas de distância de avião.
O engarrafamento em Luanda é, para usar uma metáfora de um jornalista brasileiro sobre o trânsito em S. Paulo, um “monstro”. Cresce todos os dias úteis; alimenta-se não se sabe do quê, nem quando e porquê; invade estradas, bermas e passeios; insufla irritação nos automobilistas; atulha a atmosfera de monóxido de carbono; e torna a vida de Luanda insuportável durante a semana.
Aos fins-de-semana, o monstro recolhe… a bem da sanidade mental.
Esta história é real. A existência do monstro também.
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