Ora, para os que ainda me perguntam porque é que eu não tenho Facebook, aqui está a melhor resposta que poderia encontrar.
Já tentei explicar de mil formas diferentes a minha opção por estar longe das redes sociais, limitando-me a ter um blogue.
É certo que pelo Facebook circula muita informação, e interessante, mas eu não preciso de ter uma página no Facebook para estar informada e também não tenho de ser passiva na procura dessa informação.
É certo que podemos reencontrar pessoas do passado e reestabelecer ligações, mas se essas pessoas ficaram no passado por alguma razão foi; prefiro ocupar-me das que hoje fazem parte da minha vida e dedicar-lhes o meu tempo e atenção.
Há mil razões para estar no Facebook, mas há mais de mil para não estar. Ora ouçam, com atenção:
Para os que preferem uma versão legendada, aqui fica o endereço: http://www.msn.com/pt-pt/noticias/video/este-v%C3%ADdeo-vai-faz%C3%AA-lo-largar-o-smartphone-ou-pelo-menos-tentar/vi-BBnqmpO
Este blogue contém as crónicas publicadas pela autora no semanário angolano «Novo Jornal».
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Paulo Flores e a Lua
"Na vida, eu só peço um pouco do mundo,
Na vida, eu só peço uma linda melodia..."
Paulo Flores é o Semba;
é calor;
é amizade;
é coração
é Maculusso e a Lua.
Paulo Flores é Angola...
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Carta aberta ao Sedrick de Carvalho (artigo publicado no Novo Jornal*)
Sedrick, desde que foste levado pela polícia e enclausurado
entre quatro paredes, não deixo de pensar no que te aconteceu; saíste em
reportagem e acabaste preso.
Penso em ti, na angústia da tua família, naqueles que
dependem do teu esforço e da tua energia para viver; penso na justiça e na injustiça, duas faces de uma mesma moeda, posta a
girar aleatoriamente e sem que até agora se vislumbre algo que a faça pender
para o lado certo. Um mecanismo idêntico a um relógio estragado que gira
ininterruptamente, ocultando as horas e impedindo que se restabeleça o
equilíbrio e a ordem.
Dizem que és um subversivo; que atentaste contra a
integridade do Presidente da República e de outros membros dos órgãos de soberania;
que fazes parte de um “perigoso” grupo de activistas que quer pôr termo à paz
em Angola e substituí-la pela desordem e confusão. Dizem tanta coisa e não há factos que sustentem as acusações, nem
razões que fundamentem plano tão maquiavélico.
terça-feira, 7 de julho de 2015
O grito de "Viva a Grécia" do Prémio Camões 2015
Fotografia: Jornal i
Em 1869, o poeta e crítico Matthew Arnold, um dos intelectuais que lutaram pela democratização do ensino no Reino Unido, lançou um conjunto de ensaios sobre o rumo que a Revolução Industrial e o capitalismo tomou, sublinhando a necessidade de colocar a cultura ao serviço das actividades sociais, como "único meio eficaz de reacção contra o espírito mecânico, materialista e individualista" que prevalecia na época.
Esta fé na maquinaria, que reduziu os homens à condição de instrumentos, constituía, segundo ele, o "maior perigo para a vida cultural britânica, confundindo a grandeza material com a perfeição do espírito, subvertendo, afinal, todos os valores que podem conduzir à perfeição, e impondo a perpetuação de situações de subordinação mecânica aos falsos valores contemporâneos, da riqueza material e de uma pseudo-liberdade individual, que ignora as liberdades sociais"(*).
Tornava-se pois urgente, como defendeu Matthew Arnold no livro Culture and Anarchy, recuperar as potencialidades gregas da "inteligência, do belo, do bom e recuperar assim uma cultura completa, única fonte de autoridade em tempos de dispersão e de mecanização".
Mais de um século depois, estas reflexões mantêm actualidade. E o rumo que a Europa tomou reforça a urgência de olhar para os valores gregos e para o seu resgate como um antídoto para salvar a Europa dela própria.
Como disse hoje a escritora portuguesa Hélia Correia, Prémio Camões 2015, é preciso olhar para o "orgulho grego e o sentido da dignidade humana e da nobreza da democracia" de que deu provas no referendo de domingo como guias.
No dia em que recebeu o Prémio Camões, Hélia Correia fez questão de homenagear a Grécia, vestindo as cores azul e branco, e de agradecer o heroísmo dos gregos que, com o seu sentido de voto, provaram que não estão distantes da Grécia Antiga, a quem a civilização ocidental e a Europa tanto devem.
"Quero dedicar este prémio a uma entidade que é para mim pessoalíssima: à Grécia, cuja voz ainda paira nas nossas mais preciosas palavras, entre as quais, quase intacta, a palavra poesia. À Grécia, sem a qual não teríamos aprendido a beleza, sem a qual não teríamos nada. Viva a Grécia".
Um século e meio separam as palavras de Hélia Correia e as de Matthew Arnold. São elas que ficam na História e determinam o seu curso. E não as de Merkel, Hollande, Passos e, muito menos, as de Cavaco...
(*) As referências a Matthew Arnold são retiradas do manual de Sociedade e Cultura Inglesas, de Luísa Leal de Faria, editado pela Universidade Aberta
Em 1869, o poeta e crítico Matthew Arnold, um dos intelectuais que lutaram pela democratização do ensino no Reino Unido, lançou um conjunto de ensaios sobre o rumo que a Revolução Industrial e o capitalismo tomou, sublinhando a necessidade de colocar a cultura ao serviço das actividades sociais, como "único meio eficaz de reacção contra o espírito mecânico, materialista e individualista" que prevalecia na época.
Esta fé na maquinaria, que reduziu os homens à condição de instrumentos, constituía, segundo ele, o "maior perigo para a vida cultural britânica, confundindo a grandeza material com a perfeição do espírito, subvertendo, afinal, todos os valores que podem conduzir à perfeição, e impondo a perpetuação de situações de subordinação mecânica aos falsos valores contemporâneos, da riqueza material e de uma pseudo-liberdade individual, que ignora as liberdades sociais"(*).
Tornava-se pois urgente, como defendeu Matthew Arnold no livro Culture and Anarchy, recuperar as potencialidades gregas da "inteligência, do belo, do bom e recuperar assim uma cultura completa, única fonte de autoridade em tempos de dispersão e de mecanização".
Mais de um século depois, estas reflexões mantêm actualidade. E o rumo que a Europa tomou reforça a urgência de olhar para os valores gregos e para o seu resgate como um antídoto para salvar a Europa dela própria.
Como disse hoje a escritora portuguesa Hélia Correia, Prémio Camões 2015, é preciso olhar para o "orgulho grego e o sentido da dignidade humana e da nobreza da democracia" de que deu provas no referendo de domingo como guias.
No dia em que recebeu o Prémio Camões, Hélia Correia fez questão de homenagear a Grécia, vestindo as cores azul e branco, e de agradecer o heroísmo dos gregos que, com o seu sentido de voto, provaram que não estão distantes da Grécia Antiga, a quem a civilização ocidental e a Europa tanto devem.
"Quero dedicar este prémio a uma entidade que é para mim pessoalíssima: à Grécia, cuja voz ainda paira nas nossas mais preciosas palavras, entre as quais, quase intacta, a palavra poesia. À Grécia, sem a qual não teríamos aprendido a beleza, sem a qual não teríamos nada. Viva a Grécia".
Um século e meio separam as palavras de Hélia Correia e as de Matthew Arnold. São elas que ficam na História e determinam o seu curso. E não as de Merkel, Hollande, Passos e, muito menos, as de Cavaco...
(*) As referências a Matthew Arnold são retiradas do manual de Sociedade e Cultura Inglesas, de Luísa Leal de Faria, editado pela Universidade Aberta
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Cavalo Dinheiro e Alto Cutelo
Mais de 40 anos depois de Renato Cardoso ter escrito a música que a voz de Ildo Lobo popularizou, primeiro, com os Tubarões, depois com o seu último álbum Incondicional, «Alto Cutelo» ressurge com o filme de Pedro Costa «Cavalo Dinheiro».
E bem.
Não só porque é uma música que merece ser conhecida, como o seu poema ganha uma actualidade desconcertante, num tempo de novas e-migrações.
O barco no porto já não faz a viagem das ilhas de Cabo Verde para Lisboa, mas de Lisboa para o mundo.
E são cada vez mais a embarcar.
Todos os dias.
É a economia, dirão.
É a ganância, digo eu...
... a fórmula ancestral da economia liberal, que a História e os homens foram corrigindo, mas que a política "desprovida" de alma e sem significado foi repondo na sua forma original.
terça-feira, 31 de março de 2015
Cansado (UHF)... Andamos todos cansados!
Porque será que esta música não passou nas rádios?
Eu, pelo menos, não a ouvi.
Vernáculo é mais do que um poema.
É um texto político;
colado à realidade.
Para ler o poema clicar em Ler mais
quarta-feira, 4 de março de 2015
Distracções (crónica publicada no Novo Jornal*)
Permanecer sentado, durante algum tempo, sem nada fazer, não
é uma perda de tempo, como nos habituámos a ouvir da boca das nossas mães,
sempre que afundávamos o corpo no sofá. É precisamente o contrário, segundo o
vice-presidente da Associação Espanhola de Psiquiatria Privada.
José António López Rodríguez prescreve mesmo o hábito de
sentar no sofá como uma receita para eliminar o stress e a fadiga. Essa pausa,
aliada ao conforto, fomenta a criatividade e aumenta os níveis de
produtividade, defende o psiquiatra, argumentando que não fazer nada é uma
“válvula de escape” que facilita a entrada no nosso interior, deixando a nossa
mente livre para sonhar acordada e dar asas à imaginação.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Regresso do Império? (crónica publicada no Novo Jornal)
“Depois da reunificação alemã, diz-se, algumas pessoas nos
países vizinhos ficaram à espera de ouvir o som dos exércitos marchando. Teria
sido melhor se tivessem prestado atenção ao suave som de quem anda em bicos de
pés”. Com esta frase retirada do manual de «Estudos Europeus», da Universidade
Aberta, Maria Laura Bettencourt Pires resume aquilo que é o projecto alemão de
conquista da Europa.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
O perigo de informar (crónica publicada no Novo Jornal*)
A liberdade de imprensa sofreu um “declínio drástico” em
2014, como revela o relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras.
No Índice da Liberdade de Imprensa de 2015, a organização
liderada por Christophe Deloire identifica um total de 3.719 violações à
liberdade de informação em 180 países, mais 8% de casos do que em 2013, 66
jornalistas mortos e um número recorde de 40 sequestros.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Pobres!!! (crónica publicada no Novo Jornal*)
Os pobres alimentam os ricos, pracadobocage.worldpress.com
Depois de ter aprovado, em Julho, uma lei que dá aos
municípios poder para proibirem a mendicidade a nível local, o governo
norueguês ficou sozinho na decisão de alargar a proibição ao território
nacional.
A medida não se limitava a punir a “mendicidade organizada”.
Alargava as sanções, com até um ano de prisão, a quem ajudasse os sem-abrigo.
Mas a intenção do governo de Erna Solberg não foi bem recebida. Causou
indignação e a reprovação geral dos noruegueses que aproveitaram as redes
sociais para fazer eco da sua revolta, o que levou o Partido Centrista a recuar
e a retirar o seu apoio.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Fanatismos (crónica publicada no Novo Jornal*)
Em 1616, o Papa Urbano VIII recebeu Galileu Galilei e
ofereceu-lhe honrarias, dinheiro e recomendações para que o físico e matemático
italiano aprofundasse os estudos sobre a teoria heliocêntrica, desenvolvida um
século antes por Copérnico, na expectativa de a contrariar, repondo, assim a
teoria teocêntrica ou geocêntrica no seu devido lugar.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Caricaturas (crónica publicada no Novo Jornal*)
Execuções públicas de mulheres em Raqqa, na Síria
Em 2014, Haruna Yukawa viveu um ano trágico. No espaço de
poucos meses, a mulher morreu de cancro e ele ficou falido. Tentou o suicídio,
mas como não foi bem-sucedido resolveu ir para a Síria. Talvez encontrasse no
meio do caos um sentido para a sua vida.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
O mito económico (crónica publicada no Novo Jornal*)
Eike protagonizou a ascensão e a queda mais meteórica do Brasil (foto Veja Brasil)
A queda de Eike Baptista, que em 2012 foi considerado por
Dilma Rousseff um exemplo para o Brasil, causou em 2013 um vendaval nas bolsas
e um rombo nos bancos brasileiros, estimado agora em 2,9 mil milhões de
dólares.
Há pouco mais de um ano, os brasileiros desdobravam-se a
tentar responder à pergunta ‘como foi possível?’ Hoje, a questão que se coloca
é quanto tempo o sistema brasileiro necessita para recuperar do rombo?
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
O Charlie vive (crónica publicada no Novo Jornal*)
A liberdade não tem preço. Nem é um produto passível de transação.
Ela é resultado de anos e anos de conquistas. Séculos de progresso material e
de desenvolvimento do espírito humano. Um bem da Humanidade posta ao seu
serviço, que não pode recuar, mesmo perante os canos de uma metralhadora.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Ano horribilis (crónica publicada no Novo Jornal*)
Ao olhar para o ano que termina há poucos motivos para
sorrir. 2014 foi um ano horribilis, de norte a sul do planeta. Os que procuram
razões no acaso contribuem para prolongar a má sorte. Os que acreditam que os
fenómenos são consequência dos actos e decisões que tomamos têm, no balanço do
ano, uma boa oportunidade para começar a traçar um novo plano.
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